Uma das grandes particularidades da indústria de alimentos e bebidas é a necessidade constante de prevenir possíveis contaminações. Afinal, considerando que o produto será ingerido pelo consumidor final, agentes contaminantes podem representar uma ameaça para a sua saúde. Inclusive, existe uma categoria que engloba as doenças que podem ser transmitidas por alimentos, especialmente quando não há os devidos cuidados em seu processo de fabricação. A seguir, conheça os 4 maiores agentes de contaminações no setor de alimentos e bebidas.
O que são DTA’s?
Antes de saber quais são os elementos que provocam contaminações, é importante compreender melhor as DTA’s, ou seja, Doenças Transmitidas por Alimentos. Estima-se que existam mais de 250 tipos diferentes dessas doenças, sendo que a maioria é causada por bactérias, vírus ou outros parasitas. Um exemplo bastante conhecido é o botulismo, que pode ser mortal.
Entre as maiores causas das DTA’s, destaca-se a falta de práticas adequadas na fabricação dos alimentos, de modo a evitar o seu contato com agentes contaminadores em todas as etapas da cadeia de produção.
Principais agentes contaminadores na indústria de alimentos e bebidas
Para evitar a contaminação e, por consequência, a transmissão de DTA, o primeiro passo é identificar os grandes agentes contaminantes da indústria de alimentos e bebidas. A partir disso, é possível implementar protocolos focados em um combate mais assertivo.
1. Contaminação física
Essa categoria abrange as contaminações causadas a partir do contato entre aquele alimento ou bebida e um objeto. Entre os principais exemplos, estão fios de cabelo, jóias e acessórios, unhas, pedaços de embalagem, resíduos de sujeira, ataduras e outros. Nesse caso, existem dois grandes riscos para o consumidor: o primeiro é o perigo de asfixia, ao ingerir esse objeto contaminante sem perceber. O segundo é a ameaça de contaminação biológica como consequência da contaminação física, ou seja, aquele objeto estar biologicamente contaminado por algum micro-organismo.
Isso sem contar com todo o transtorno que será gerado para o cliente (e para a própria indústria, logicamente) caso ele venha a encontrar no seu alimento algum objeto que claramente não deveria estar ali. Isso denota profunda negligência nos processos produtivos.
Para evitar a contaminação física, a indústria precisa instituir rígidos protocolos que minimizem esses riscos. Como por exemplo:
- Proibir o uso de acessórios nos locais destinados à produção e manipulação dos alimentos e bebidas;
- Exigir o uso de cabelos presos e com toucas de proteção;
- Determinar a substituição de louças e outras peças que estiverem lascadas ou trincadas;
- Estabelecer um controle adequado no sentido de garantir que essas normas sejam sempre cumpridas.
2. Contaminação química
A contaminação química é consequência do contato do alimento ou bebida com produtos químicos que tenham algum nível de toxicidade. Esses produtos vão reagir com a composição do que está sendo fabricado ou manipulado, podendo desencadear episódios de intoxicação no consumidor.
Os agentes de contaminação mais comuns nesse caso são os produtos de limpeza, pesticidas ou herbicidas, resíduos transportados pela água ou ar e elementos inorgânicos, como chumbo, arsênio, mercúrio e outros. Além desses, também é importante ter em mente que alguns alimentos são mais suscetíveis a se contaminarem com toxinas produzidas naturalmente por organismos vivos. É o caso de alguns peixes e mariscos, por exemplo. Por isso, indústrias que trabalham com produtos que tenham essa característica precisam adotar medidas para garantir que eles sejam apropriados para o consumo.
Para reduzir os riscos de contaminação química, as principais estratégias incluem:
- Manter uma rotina de higienização profissional do ambiente e suas estruturas;
- Ao utilizar produtos químicos, sempre seguir as recomendações expressas pelo fabricante;
- Terceirizar serviços de limpeza e controle de pragas para empresas especializadas nessas funções.
3. Contaminação biológica
Esse caso refere-se a contaminações provocadas por organismos vivos ou por substâncias produzidas por eles que tiveram contato com o alimento ou a bebida. No Brasil, a maioria esmagadora das contaminações biológicas se dão por bactérias ou vírus, especialmente a Salmonella, Norovírus e Listeria. Além disso, esse tipo de contaminação também é a principal responsável pela transmissão de DTA’s e de episódios de intoxicação alimentar.
Alguns alimentos são mais propensos a sofrerem com esse tipo de contaminação por suas próprias características. É o caso daqueles que são úmidos, que possuem um pH mais neutro e são ricos em amido ou proteínas. Esses critérios criam um ambiente favorável à proliferação de micro-organismos.
A prevenção da contaminação biológica exige cuidados especiais:
- Selecionar criteriosamente os fornecedores de produtos e matérias-primas, certificando-se de que eles cumprem as determinações sanitárias;
- Manter a higiene das instalações industriais sempre em dia;
- Criar condições apropriadas de armazenamento, especialmente no que se refere à controle de temperatura, umidade e vedação dos ambientes;
- Estabelecer padrões rígidos de higiene pessoal.
4. Contaminação cruzada
Por fim, o quarto tipo de contaminação é a cruzada, que acontece quando os agentes contaminantes são transferidos de um alimento para outro ou até mesmo de uma superfície ou utensílio de preparo para um produto. Um exemplo bastante claro é usar os mesmos acessórios para manipular carnes cruas e, depois, para o preparo de vegetais, por exemplo.
Existem muitos agentes de contaminação que sobrevivem nas mãos e superfícies e acabam sendo transferidos para os alimentos e bebidas. Portanto, é necessário que a indústria adote boas práticas nos seguintes sentidos:
- Rígido controle de higienização das mãos dos profissionais responsáveis pela manipulação dos produtos;
- Colaboradores que trabalham com manipulação de diferentes alimentos ou com diferentes utensílios/superfícies devem ter roupas protetoras específicas para cada contato;
- Os utensílios e superfícies também precisam ser separados;
- Os processos de estocagem e armazenamento devem ser cuidadosos no sentido de separar alimentos e bebidas de acordo com suas características próprias (por exemplo, não misturar carnes e vegetais);
- Implementar um sistema eficiente de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC);
- Adotar protocolos de higienização e validação da limpeza sistematicamente.
A limpeza correta da indústria é um dos processos que evitam todos os tipos de contaminação e você pode contar com o nosso serviço especializado nessa área. Entre em contato conosco e saiba mais!