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Contaminação cruzada de alimentos: o que é e como evitar

A contaminação cruzada é um dos principais problemas que podem ocorrer na indústria de alimentos e bebidas. Está atrelada, principalmente, a falhas cometidas no processamento dos alimentos e é uma das maiores causadoras das Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA’s). De acordo com a ONU, mais de 400 mil pessoas morrem todos os anos em consequência das DTA’s. Saiba o que é a contaminação cruzada e como evitá-la.

O que é contaminação cruzada?

A contaminação cruzada, como o próprio nome sugere, consiste na transferência de um agente contaminante de uma superfície para a outra. Ela pode ocorrer, por exemplo, quando alguém usa uma faca para cortar uma carne crua e depois repete o mesmo utensílio no manuseio de um alimento que será consumido sem cozimento, sem ter feito a higienização correta.

Ainda entre os exemplos de contaminação cruzada podemos citar o que acontece quando se coloca um alimento que já passou por todas as etapas de preparação sobre a mesma superfície que foi usada quando ele ainda estava cru. Novamente, sem que ela tenha sido higienizada.

Existem duas principais formas de contaminação cruzada:

  • Direta: quando um alimento ainda em seu estado natural entra em contato com outro alimento já pronto para o consumo;
  • Indireta: quando a transferência de agentes contaminantes ocorre por intermédio de utensílios, superfícies ou da pessoa que está manipulando os alimentos. É o caso dos exemplos citados acima.

Tipos de agentes contaminantes

Pode-se considerar basicamente três tipos de agentes contaminantes que podem ser responsáveis pela contaminação cruzada:

  • Contaminante físico: corresponde a tudo aquilo que contamina os alimentos e pode ser visto a olho nu, como por exemplo, fragmentos de vidro, cabelos, resíduos de plástico e até pequenos pedaços de insetos.
  • Contaminante químico: são as substâncias químicas que também contaminam, como os agrotóxicos, por exemplo. Muitas vezes, eles são aplicados em uma determinada cultura, mas sem os cuidados necessários, e acabam “invadindo” o terreno de outras plantações. A contaminação cruzada não é uma exclusividade da indústria.
  • Contaminante biológico: são todos os micro-organismos vivos, incluindo fungos, bactérias e vírus. Eles podem estar presentes em um alimento ainda cru, ou serem transmitidos do ser humano para o produto. Na pandemia de COVID-19, as preocupações com contaminação cruzada de natureza biológica se intensificaram, bem como as medidas de segurança.

Todos esses agentes vão comprometer a qualidade do alimento e podem inviabilizar o seu consumo. Portanto, é necessário prestar atenção igualmente nas três categorias.

Impactos da contaminação cruzada nas indústrias

Conforme citado anteriormente, a contaminação cruzada é uma das principais responsáveis pelas DTA’s. Por sua vez, essas doenças causam a morte de centenas de milhares de pessoas no mundo todo. 

Nesse sentido, pequenos descuidos em processos operacionais cotidianos da indústria podem levar a esse tipo de contaminação e às suas graves consequências, dentre as quais destacam-se:

  • Surtos de doenças de origem alimentar, que são caracterizados quando duas ou mais pessoas apresentam doenças semelhantes e causadas pelo consumo do mesmo alimento ou bebida contaminados;
  • Prejuízos para a indústria, uma vez que um lote inteiro de produtos pode se tornar impróprio para consumo, quando um foco de contaminação é identificado. Isso gera uma perda financeira e de tempo. Além disso, pode atrasar as entregas para os clientes;
  • Processos judiciais possivelmente movidos por pessoas que contraíram uma infecção. Enfrentar uma situação como essa despende recursos financeiros, desgaste, além de comprometer a imagem e a credibilidade da marca. 

Como é possível perceber, falhas aparentemente pequenas na manipulação de alimentos representam riscos severos. Quem atua no setor alimentício precisa sempre ter em mente que o seu produto relaciona-se diretamente com a saúde, bem-estar e até com a vida dos consumidores finais. Por isso, todos os cuidados precisam ser redobrados.

Saiba como prevenir a contaminação cruzada e garantir a segurança do produto

A legislação exige que as empresas do setor alimentício adotem as Boas Práticas de Fabricação (BPF). Consiste em uma metodologia que envolve todos os aspectos de fabricação, manipulação, armazenagem e distribuição de alimentos, determinando os padrões que devem ser seguidos em todos os procedimentos, a fim de garantir a segurança alimentar.

É essencial que o BPF, além de obedecer às determinações legais, seja adequado à realidade e às particularidades de cada indústria. E, é claro, ele precisa ser seguido à risca. Tanto para prevenir a contaminação cruzada quanto para evitar sanções aplicadas pela Anvisa.

Separação de utensílios e alimentos

Uma prática simples e imprescindível é não utilizar os mesmos utensílios e superfícies para manipular alimentos crus e cozidos. Faça essa separação e identifique a qual categoria pertence cada objeto, para evitar confusões. 

Também não é recomendado manipular alimentos de origens diferentes em uma mesma superfície.

Treinamento da equipe

Todos os colaboradores que têm qualquer contato com os alimentos precisam ser treinados para isso. Tanto quando entram na empresa quando depois, de forma contínua. 

Uma dica interessante é sempre observar quais são as falhas cometidas com mais frequência em termos de contaminação cruzada e, com base nisso, elaborar treinamentos que possam esclarecer as dúvidas da equipe.

Mas não basta treinar: é necessário garantir todas as condições de trabalho seguras e fiscalizar se as diretrizes estão sendo cumpridas.

Lembretes importantes

Em locais apropriados, fixe lembretes que ajudem os colaboradores a permanecerem atentos em relação a questões como:

  • Higienizar as mãos com frequência;
  • Não manipular os alimentos utilizando determinados acessórios;
  • Utilizar todos os aparatos recomendados, como touca, máscara, luvas…
  • Separar carnes cruas de outros tipos de alimentos.

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A prevenção da contaminação cruzada é crucial na indústria alimentícia. Dela depende a qualidade e a segurança dos alimentos que serão disponibilizados ao mercado.

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